segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O Som do Silêncio

A noite chega e com ela o coração se enche de alegria, pois estamos a caminho. Em nosso caminho para nos conhecermos melhor e assim compreender um pouco do todo.

Abrimos a roda e então sentimos Wakantanka, o grande espírito e grande mistério e sua presença nos fez transbordar de felicidade, e nossas energias são renovadas através da música que entoamos em uma só voz e esta voz não é só nossa. Através de nossos corações e mentes ela flui por nossos corpos e almas. Pedimos então que essa energia se espalhe e atinja a todos que precisam através de nossa Mãe Terra. E sentimos ela se espalhar e assim quem estava disposto e de coração aberto, recebeu e transmutou para algo melhor. Pedimos muito a cura da Mãe Terra que tem sofrido e se transformado, e ela também recebeu esta energia.

Então pedimos ajuda a nosso amigo o Fogo Sagrado para que pudéssemos ajudar um grande guerreiro que estava precisando se encontrar e se redescobrir. Porém mesmo antes de iniciarmos o ritual do Fogo Sagrado, começamos então a curar outra pessoa, para que pudéssemos chegar a este irmão. A relaxamos, e então cantamos, dançamos e com ajuda de algumas ervas e diversas energias que nos rodeavam ela foi curada.

Algumas intenções foram então escritas no papel e ele foi levado até o Fogo Sagrado. Foi possível ver o papel tomar diversas formas antes de então virar apenas cinzas, transmutando todas as intenções e as levanto a uma outra esfera. Após isto, por um único momento, a música cessou, os pensamentos cessaram assim como todos os outros sons e então nosso irmão Silêncio se fez presente, nos levando a contemplar o Todo que estava a nossa volta, nos levando cada vez mais perto da presença do divino. Uma sensação de total liberdade de nossos corpos e alma, em uma conexão única com o universo que nos cerca.

O ritual cessou de forma sutil, conosco conversando em torno da roda, do mesmo jeito que já foi feito milhares de vezes por nosso irmão da antiga linhagem. E este ritual está marcado dentro de nosso ser para sempre. Não como ferro quente no couro de um animal, que após a morte some assim como seus restos mortais, mas sim como o vento que jamais deixou de trazer boas novas.

AHOW IRMÃOS!!!